No dia 26 de junho, um domingo de frio de 2011, eu perdi o maior bebê lá de casa. Já contei aqui, o ursão que comia bergamotas nos deixou e partiu dessa para o céu dos cachorros, onde certamente ele não sente mais dor e respira sem dificuldades. Pela dor e pela saudade a mãe decretou naquela semana que tão cedo não queria outro cachorro em casa, além da Mell. Tudo bem, ela que manda né? Mas, ela não manda no tal destino.
Esse moço que gosta de pregar peças e fazer surpresas resolveu cruzar no nosso caminho uma linda pastor alemã perdida. Magra, acuada, de rabo baixo. Mas, linda. E incrivelmente parecida com o Kadu, na pelagem, no olhar. Coincidência ou destino, ela chegou até nós e (óbvio) não tivemos coragem de virar a cara.
Se o Kadu me deixou um dia antes da entrega da temida monografia, a Bella chegou lá em casa quando meu coração já era só alívio, um dia depois de ter apresentado e recebido nota (sido aprovada!). Ah, sim, não apresentei a moça ainda... o pai que foi o primeiro a ver ela batizou de Perdida. Ora Perdida, ela já tinha sido encontrada. Sendo assim, ela virou a Bella Perdida.
Uma bela que faz jus ao nome, engordou, se alimenta muito bem, sabe conquistar todos com um olhar pidão, aprendeu que cachorro na casa que ela chegou pode entrar na sala, na cozinha, e em dias de foguetes até parar no quarto. Come bergamota como o Kadu, descobriu lugares que ele deitava dentro de casa e também ocupa. Não sei exatamente a explicação lógica disso, sei que tenho outro ursão para apertar, passear e me olhar com olhos brilhantes quando eu chego em casa.
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