domingo, 28 de agosto de 2011

A filha da Nadir


Assistindo o Fantástico nesta noite de domingo teve uma matéria em que adolescentes falavam que é mico ter o pai e a mãe esperando na porta do colégio ou então passear com a mãe no shopping, por exemplo. Acho totalmente o contrário. Feliz de quem tem mãe e pai por perto e que eles podem acompanhar. Nunca tive a mãe me esperando na porta do colégio, afinal ela era a vice-diretora da escola e foi disso que eu lembrei até a oitava série fui a filha da Nadir.

Em poucas situações meus colegas me reconheceram pelo que eu fiz, pelo que eu estudei, precisei ouvir inúmeras vezes que havia passado só porque era a filha da Nadir. Não era uma aluna 100%, mas em raras vezes fui abaixo dos 60% (o necessário para ser aprovada). Tenho um histórico escolar azul, cultivo uma única nota vermelha em matemática no segundo trimestre da oitava série. Algo que recuperei no terceiro e encerrei o ano mais do que aprovada. Foi nesse ano, o longínquo 2002, que acabou um ciclo.

A partir de 2003, encarando o ensino médio e o pavor do vestibular eu consegui me tornar a Marília. Minha mãe continuava na escola, continuava vice-diretora, mas não no mesmo turno que eu. Matei aula, ajudei a trancar a professora fora da sala de aula, resolvi que não ia fazer a atividade proposta pela educação física. Tá sei que não coloquei fogo no colégio e nem colei chiclete na cadeira do colega. Mas, eu fui eu, perdi o rótulo. Acabei lá em 2005, líder da turma e quebrando a tradição das camisetas de turma nas cores do colégio, me formei de rosa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

#postsrelacionados

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...