terça-feira, 26 de julho de 2011

Três dos homens da minha vida

Há um ano escrevi aqui no blog sobre o dia de hoje, e a propósito, sabem que dia é hoje? Dia de Santa Ana e São Joaquim, os avós de Jesus. Sendo assim, comemoramos o dia dos avós. Em 2010 falei das minhas duas avós, hoje quero falar dos meus três avôs. Não, nenhuma das duas casou duas vezes, mas a minha terceira avó eu não conheci porque ela faleceu antes mesmo da minha mãe pensar em crescer.

Não terei tantos detalhes para falar de três homens cada um com suas especificidades por ter convivido, relativamente, pouco com eles. Começamos então pelo avô paterno, o Vô Dico, assim acostumei a chamar Alexandrino Manoel do Nascimento, mesmo sem ter conhecido ele fisicamente. O pai do meu pai faleceu quando ele tinha 12 anos, ou seja, eu não era nem um projeto. Mas, hoje se coisas sobre ele e identifico em mim paixões e jeitos que sei que são dele. Vô Dico foi marinheiro, colocava os filhos na água do Rio Jacuí quando ainda eram bebês, não é atoa que prefiro o rio ao mar, que nutro uma paixão pela água doce e dela me rendeu uma matéria. Dono de um sorriso largo que tenho registrado na memória porque vejo ele em todas as fotos que ele aparece, ou seja, devo a ele o meu sorriso. Sorriso inegável de um Nascimento. O nome dele não é nada comum, na família ele é o primeiro de três, e não descarto que o quarto a levar este nome seja um filho meu.

Ter nome diferente não era só privilégio do Vô Dico, o pai mãe era o Vô Protásio, esse eu convivi mais, mas ainda perdi ele cedo. Digamos que por vontade dele, mas isso não vem ao caso. Sentado numa cadeira, um palito no canto da boca, um matador de mosca na mão e cachorros que variavam de nome entre Japão e Gaúcho. Por ter convivido com ele às vezes me pego pensando se não deveria ter aproveitado mais, quem sabe dito um te amo. Mas sei que abracei e beijei, sei que vi ele sentadinho na mesma cadeira na frente da casa e guardo ele assim na memória. Dono de uma pontaria incrível para matar moscas onde estivessem e dava nome aos cavalos pela cor do pelo.

E a mãe, como boa privilegiada, teve dois pais, por conseqüência tive dois avôs. O padrinho da mãe era o meu Vô Piteco, de dentes brilhantes e dourados, me esperava na porta de manhã cedo e me pegava enrolada no cobertor do jeito que eu tinha acordado. Dele tive a regalia de herdar a cabeceira da mesa, sei que limpar a boca na ponta da toalha da mesa e não no guardanapo não tem problema, a não ser que a vó grite. Que o sorvete de creme feito pela mãe é o melhor, que as melancias que ele plantava lá fora já foram gigantes. E que o churrasco do domingo é o lugar de juntar toda a família, das crianças correrem e de se juntar no galpão só para estar todo mundo junto.

Infelizmente, hoje, não posso abraçar nenhum dos três. Mas, sei que de onde estão me cuidam e que em mim vejo traços de cada um deles. Uma das características que herdei dos três é que é impensável sentar a mesa sem que a farinha de mandioca esteja posta.

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