sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Meus domingos de eleição já foram diferentes

As eleições estão aí e subitamente me veio um vazio. Durante anos eu esperava ansiosamente o primeiro fim de semana de outubro de dois em dois anos – nele era certo, mataria a saudade de tios, tias, primos, que haviam deixado Rio Pardo, mas não o domicílio eleitoral. Hoje alguns continuam vindo só para votar, mas falta uma pessoa.

Herdei da minha tia Dadá a mania de mandar, de querer colocar ordem nas coisas. Sei que em muitos momentos vejo ela em mim. Não sei há quantas eleições ela não está comigo, mas tenho saudade. 

De manhã eu saía com ela, acompanhava no voto na antiga biblioteca municipal, caminhávamos no Centro – ela parava a cada metro para conversar, dar um oi. No fim da tarde íamos para a casa do outro tio acompanhar a contagem dos votos. Lembro bem da eleição estadual em que acompanhei ela na campanha para uma deputada, amiga dela. Usamos camisetas iguais. Até hoje, quando vejo a atual ministra, simpatizo – ela me lembra a minha tia.

Neste domingo trabalharei nas eleições. Não, não sou mesária, nem fiscal, sou jornalista e a profissão me exige a participação. Terei que ir votar, acompanhar a apuração. Caminhar na cidade, sentir o clima da eleição no município. Fazia isso com ela, terei que fazer sozinha. Mas, sei que ela vai me acompanhar de outro jeito. Se um dia esperei ela na fila da seção, domingo ela vai estar comigo em todas as zonas e seções que andar.

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